Olho pra ti
Pra teus lábios
Sou lupina, felina e vespertina.
Caída pegando nuvens
Contando em dentes
Almofadas rosas
Morangos molhados
Sua maciez pontuda
Então não silencia:
Escorre na parede
Rasga a fruta.
Invade as portas
E eu angelico em ti.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
domingo, 6 de novembro de 2011
Hoje
Hoje acordada eram só cólicas
De dedos cansados
De bocas lambidas
De murmúrios despidos
A manhã tinha olhos
De um amanhã de dez horas
Mas não havia vozes
A tarde me cortou o cancro
Foram duas dúzias de batidas
Onde me sobraram só as Gloriosas
Mas a noite encontrei-me decente
Ligas, batom e agulha
E na esquina
Uma harmonia justa a descansar.
De dedos cansados
De bocas lambidas
De murmúrios despidos
A manhã tinha olhos
De um amanhã de dez horas
Mas não havia vozes
A tarde me cortou o cancro
Foram duas dúzias de batidas
Onde me sobraram só as Gloriosas
Mas a noite encontrei-me decente
Ligas, batom e agulha
E na esquina
Uma harmonia justa a descansar.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Contos.
Passam os dias de olhos tão tristes
E aquele espírito velho vem me visitar
São pequenas pétalas de lágrimas
Que paridas ficam sem pestanejar
Enquanto conversamos temos dois dias
Eu caminho duas dúzias de passos escancarados
Ele caminha como um duende devagar
Somos almas, mais que corpos reluzentes
Somos a fome que não deixa descansar
Foram-se os verões
Nossas vozes se misturaram como vulcões
Mas certeza tenho que não desejo a tranquilidade do mar
Quero sim encontrar o fim do mundo
Me perder no mais profundo
E no abismo deste mundo naufragar.
E aquele espírito velho vem me visitar
São pequenas pétalas de lágrimas
Que paridas ficam sem pestanejar
Enquanto conversamos temos dois dias
Eu caminho duas dúzias de passos escancarados
Ele caminha como um duende devagar
Somos almas, mais que corpos reluzentes
Somos a fome que não deixa descansar
Foram-se os verões
Nossas vozes se misturaram como vulcões
Mas certeza tenho que não desejo a tranquilidade do mar
Quero sim encontrar o fim do mundo
Me perder no mais profundo
E no abismo deste mundo naufragar.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Tanto
Somos loucos
Tantos
E tão poucos sedentos
Para nós o mundo transe
E só consigo ouvir:
Nunca é o bastante!
Portanto
Não tire de mim
Essa canção
Tantos
E tão poucos sedentos
Para nós o mundo transe
E só consigo ouvir:
Nunca é o bastante!
Portanto
Não tire de mim
Essa canção
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Em viagem (segundo)
Esses dias tenho andado com passos pequenos e minhas unhas são azuis.
Já não sinto meus lábios nesse vento que anda sempre correndo
Mas foi nele que um menino de olhos tranquilos e serenos me deu:
Duas bolachas de água e sal, dois dentes de leite , um pinguinho de açucar
E a certeza de que a desdita somente espera o meu sinal.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Em viagem
Esses dias tenho andado passos pequenos
Mas eles ainda são meus
Nesse vento que anda sempre correndo
Um menino de olhos tranquilos e serenos me deu
Duas bolachas de água e sal
Dois dentes de leite
E a certeza de que a desdita
Somente espera o meu sinal.
Mas eles ainda são meus
Nesse vento que anda sempre correndo
Um menino de olhos tranquilos e serenos me deu
Duas bolachas de água e sal
Dois dentes de leite
E a certeza de que a desdita
Somente espera o meu sinal.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Atlânticos 1
Somos sós
Enquanto esperamos as nuvens
E são nelas que encontramos o raio
Delas descemos descalços
No meio do Atlântico
Mas eu tenho medo
Do que está vindo em sombras
Do hálito fera das ondas
Dos meus pés descalços no Atlântico
Agora, só quero imaginar
Que voltando ao caminho do lago
De novo me sorriria por dentro
E olharia meus olhos... atônitos
Enquanto esperamos as nuvens
E são nelas que encontramos o raio
Delas descemos descalços
No meio do Atlântico
Mas eu tenho medo
Do que está vindo em sombras
Do hálito fera das ondas
Dos meus pés descalços no Atlântico
Agora, só quero imaginar
Que voltando ao caminho do lago
De novo me sorriria por dentro
E olharia meus olhos... atônitos
sexta-feira, 13 de maio de 2011
De pé
Em pé estavamos quando...
De medo fez-se o tempo
De tempo fez-se o mundo
De mundo fizeram a nós
Já não tínhamos olhos
Éramos braços e cintura
Ou pequenas auréolas aladas
Mas de pé aqui ficamos
Quando só nos restam pernas
Quando as lágrimas já não bastam
Quando é pelos olhos que clamamos
De medo fez-se o tempo
De tempo fez-se o mundo
De mundo fizeram a nós
Já não tínhamos olhos
Éramos braços e cintura
Ou pequenas auréolas aladas
Mas de pé aqui ficamos
Quando só nos restam pernas
Quando as lágrimas já não bastam
Quando é pelos olhos que clamamos
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Peregrinos
Enquanto inclino meu rosto
Enquanto ergo meus braços
Você está ali, parado me olhando
Enquanto cinzelo meus pés
Querendo girar com minhas asas
Você ainda está lá, me encarando
Então, quando é chegado o instante,
Quando as luzes me vem ofuscantes
Você, caixeiro viajante, me sussurra:
O prazer foi todo meu!
(Dedicado a alguém especial)
Enquanto ergo meus braços
Você está ali, parado me olhando
Enquanto cinzelo meus pés
Querendo girar com minhas asas
Você ainda está lá, me encarando
Então, quando é chegado o instante,
Quando as luzes me vem ofuscantes
Você, caixeiro viajante, me sussurra:
O prazer foi todo meu!
(Dedicado a alguém especial)
quarta-feira, 27 de abril de 2011
O Palco
A primeira vez que subi foi como encontrar o vazio
E na primeira vez que tentei foi como derrapar no gelo mais frio
Eles eram muitos e eu estava só
Tentei fazer em mim a força para o sustento
Tentei fazer de mim a maior arma de acalento
O que encontrei no fim foi a dor do esquecimento.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Dançando
Eu estou aqui
Ouvindo você se quebrar
Com meus braços estendidos
Eu estou aqui
Pedindo para parar.
Enquanto a ponta dos pés é preciso.
Entre meus dedos e o chão
Malha singela e cordão
De tom bordô matizado
Um delírio insustentado.
Eu estou aqui,
Com as sapatilhas douradas rasgadas,
Entre trapos e lãs encostada
Eu estou aqui
Calada dançante pedindo
E no palco arranhado, perdida
Caindo.
Ouvindo você se quebrar
Com meus braços estendidos
Eu estou aqui
Pedindo para parar.
Enquanto a ponta dos pés é preciso.
Entre meus dedos e o chão
Malha singela e cordão
De tom bordô matizado
Um delírio insustentado.
Eu estou aqui,
Com as sapatilhas douradas rasgadas,
Entre trapos e lãs encostada
Eu estou aqui
Calada dançante pedindo
E no palco arranhado, perdida
Caindo.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Alma no espelho
As bochechas estavam peroladas, dengosas.
E o batom estava aberto,
Vermelho pingando, chegava a derreter
Então, haviam os cabelos suaves,
Um sorriso de dentes pequenos e de olhos grandes
Olhos,
Tão grandes,
tão brancos
E tão sépticos
Oh, querido Deus!
E o batom estava aberto,
Vermelho pingando, chegava a derreter
Então, haviam os cabelos suaves,
Um sorriso de dentes pequenos e de olhos grandes
Olhos,
Tão grandes,
tão brancos
E tão sépticos
Oh, querido Deus!
domingo, 17 de abril de 2011
Querendo asas.
Estou concentrada
Um e dois (centrada),
Três e Quatro
Contraiam as pernas! (Plié)
Mas a minha cabeça é um balão em dia de circo
Cinco, seis, sete e (em posição) oito
Saltar!
E ela só quer voar.
Um e dois (centrada),
Três e Quatro
Contraiam as pernas! (Plié)
Mas a minha cabeça é um balão em dia de circo
Cinco, seis, sete e (em posição) oito
Saltar!
E ela só quer voar.
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