quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Você.

Olho pra ti
Pra teus lábios
Sou lupina, felina e vespertina.

Caída pegando nuvens
Contando em dentes
Almofadas rosas
Morangos molhados
Sua maciez pontuda

Então não silencia:
Escorre na parede
Rasga a fruta.
Invade as portas
E eu angelico em ti.

domingo, 6 de novembro de 2011

Hoje

Hoje acordada eram só cólicas
De dedos cansados
De bocas lambidas
De murmúrios despidos

A manhã tinha olhos
De um amanhã de dez horas
Mas não havia vozes

A tarde me cortou o cancro
Foram duas dúzias de batidas
Onde me sobraram só as Gloriosas

Mas a noite encontrei-me decente
Ligas, batom e agulha
E na esquina
Uma harmonia justa a descansar.