segunda-feira, 2 de abril de 2012

O canto da sereia

Porque perguntas pequeno passarinho
Só o silêncio que te aguarda é barulhento
São as folhas que vibram ao saber de uma tarde de vento

Não cantes pequeno passarinho
Nem gorjeis o doce lamento de sua voz
Deixe que escorra o mundo e que passem as fumaças da aurora

Venha a  mim meu pequenino
Dance comigo a melodia pueril dos meus sonhos juvenis
Cante seus versinhos e dê-me seu mundo de doces cristais
Descanse seus olhos varonis

terça-feira, 20 de março de 2012

Busca

Não sei se é o cheiro
Ou se são as cores da terra que lavam a vida
Mas meu sangue corre e escorrido desidrata caminhos
São caminhos de fôlego e de mil passos
São descaminhos de foram, de lagos e precipícios
São as visitas do vulto do vento
Que junto com meus pés
Só querem brincar.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Um instante na vida.

Estava embriagada esta manhã de pernas moles.
Abrir os olhos grudentos, será que esqueci a maquiagem?
Então lembrei que quase não a uso, então porque me preocupar?
Mas a embriaguez, os territórios movediços e a vontade de uivar não se despediam.
Resoluta fui ao vaso,
Encarei sua limpidez
E terminei com nosso amor.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Versinhos dela.

Caindo urtigante,
haviam dois globos leitosos
e um rosto.

Mas a noite era transeunte
Assim como meus pés e teus dedos
Eram orvalhos ventosos.

Podia sentir o doço
E num franzido indócil
Você pernas, cintura,
 mamas macias
Eu, ventre e terras esguias